terça-feira, 22 de dezembro de 2009

"NO-GERÊS" Mordedura de Víbora. O que fazer:


É importante distinguir entre a víbora, geralmente venenosa, e a cobra, habitualmente inofensiva! Importa salientar que normalmente o que se vê são cobras!

Se não aparecerem sinais inflamatórios nos primeiros 30 minutos, a probabilidade de inoculação do veneno é baixa. A lesão cutânea inicial consiste em dois pontos vermelhos, dolorosos, separados aproximadamente por 1 cm, correspondendo ao local de inoculação do veneno. A dor imediata ocorre em mais de 90% dos casos. Cerca de 30 minutos depois surge edema esultante da lesão dos pequenos vasos e, horas mais tarde, bolhas serosas ou hemorrágicas e/ou equimoses. Alguns doentes descrevem um sabor “metálico”, a “borracha” ou a “menta”.

A morte é rara, associando-se, na maioria dos casos, a infecção secundária e, num menor número de casos, a paralisia dos músculos respiratórios, edema pulmonar ou paragem cardio-respiratória.

A abordagem do doente no local do acidente é extremamente importante:
O doente deve ser mantido em repouso, pelo facto da actividade muscular aumentar a difusão do veneno, e com a extremidade afectada abaixo do nível do corpo, para evitar o retorno venoso.
A ferida deve ser limpa e desinfectada com água e sabão e, se possível, com anti-séptico (tendo em atenção evitar o uso daqueles que alterem a coloração da pele, impedindo a detecção do aparecimento de futuras lesões) e, posteriormente, coberta com penso esterilizado.
Se possível, aplicar sacos com água fria ou toalhas molhadas sobre a extremidade afectada, mas não gelo. Caso haja necessidade, analgesiar o doente com paracetamol.

Após estas primeiras medidas de actuação imediata está indicado:

tentar identificar a vítima,
contactar o 112
ou o centro de informação antiveneno (CIAV)
através do nº 808 250 143
e evacuar a vítima para o centro especializado mais próximo.



Medidas NÃO aconselháveis
(e que antigamente nos diziam para fazer):

Realização de incisões à volta da ferida - Aumenta o risco de penetração do veneno e de infecção secundária. Sugar o veneno com a boca - Pode haver envenenamento do salvador, se este possuir pequenas feridas na boca ou cáries dentárias, para além de que a quantidade do veneno que se retira ser extremamente pequena. Colocação de torniquetes - Aumenta a sintomatologia local, pode causar isquemia da extremidade afectada e, quando removidos, permitem que o veneno entre na circulação sanguínea em elevada quantidade. Outras Medidas como Aplicar lixívia, permanganato de potássio ou barro sobre a ferida / Recorrer a crioterapia (gelo) ou choques eléctricos.

Medidas que deverão ter aconselhamento médico:

Administração de antiveneno - Está indicada na presença de agravamento das manifestações locais e/ou aparecimento das manifestações sistémicas.

Um comentário:

  1. Deveria haver mais esclarecimentos como estes e também em relação ás outras espécies existentes em Portugal, que ao contrário do que a maiorias das pessoas pensam, são inofencivas para o Homem.
    obrigado pelo esclaricimento

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